Nosso pensamento está evoluindo como a tecnologia?

Por Patrícia Queijo para C•Talent – HR Solutions

Li recentemente sobre o lançamento da Sora, uma plataforma aberta de IA que permite às pessoas criarem vídeos profissionais com simples comandos de voz ou texto. É impressionante! Cada vez que surge uma nova tecnologia, começo a pensar em seus benefícios e nas mentes que irão utilizá-la da melhor forma, ao mesmo tempo que me preocupo com os riscos e impactos quando ela não é utilizada de forma consciente.

Deixe sua imaginação fluir e você poderá pensar em muitos aspectos positivos de construir vídeos profissionais quase sem investimento. Compartilhe esses insights com amigos e colegas de trabalho, mais ideias surgirão e você poderá até testar algumas delas em seu negócio. São soluções que podem melhorar os negócios, a vida das pessoas e tudo o que nos rodeia.

O que normalmente recebe menos atenção são os riscos que surgem com o uso das novas tecnologias. Não temos como saber o que ainda não vivemos, não é mesmo?

As redes sociais têm cerca de 20 anos e, enquanto se discute muito sobre a regulamentação ou o limite de idade para ter acesso a estas plataformas, não estamos informando bem as pessoas, não estamos ajudando nas reflexões sobre como minimizar o impacto negativo de algumas inovações nos indivíduos e na sociedade.

Modelos de negócios que impactam negativamente as pessoas – funcionários, consumidores, fornecedores, comunidade – ainda estão em funcionamento nos países em desenvolvimento e nos desenvolvidos, em todos os setores, da tecnologia à agricultura. A mentalidade comum é alcançar maiores lucros com o menor custo. Não seria um problema se não custasse a saúde das pessoas e, em alguns casos, vidas.

Podemos encontrar exemplos dessa forma de pensar e fazer negócios em todos os setores e em todo o mundo. Funcionários contratados em regiões pobres para trabalhar na colheita de regiões ou países desenvolvidos (com salários abaixo do mínimo legal, descontados os custos das ferramentas de trabalho e privados de cuidados e atendimento de saúde). Empresas de estética que compram dados para focar seus anúncios em adolescentes em momentos vulneráveis. Imagine uma menina de 15 anos em casa em uma sexta-feira à noite, olhando fotos de celebridades e amigos nas redes sociais, e vendo anúncios de “cirurgias plásticas baratas” enquanto questiona sua própria beleza. Eles estão vendendo algum tipo de esperança, mas não informam adequadamente as pessoas.

Está em sua agenda liderar a mudança no seu setor?

Você pode começar a mudança! Existem empresas fazendo isso, você pode contar com exemplos reais e envolver as pessoas da sua empresa ou setor para evoluir suas práticas de negócios.

Como começar?

  • Faça uma reflexão sobre o que você acredita que qualquer ser humano merece (converse com pessoas que pensam diferente, de diferentes setores e culturas, outros líderes empresariais que estão inovando)
  • Defina o que não é negociável para a mudança que você deseja empreender (não é uma estratégia, é um valor para você e seu negócio)
  • Comunique-o aos líderes da sua organização e envolva-os na construção de soluções ou de uma estratégia para fortalecer esse valor.
  • Envolva seus parceiros de negócio na mudança que está liderando, isso ajudará a ter sucesso e a gerir os impactos (por exemplo, se a estratégia alinhada àquele valor resulta em mais custo, seus parceiros de negócio podem estar mais abertos a pagar mais, porque entendem e buscam um impacto melhor para o mundo).

Outros Posts

Como CEOs Podem Preparar a Próxima Geração de Líderes?

Diversidade Etária: O impacto da inclusão de profissionais 50+ na Perenidade das Empresas

Promovendo a Diversidade de Gênero na Liderança Corporativa