A corrida para o futuro e as novas habilidades para CEOs

Ao passo que o mundo se transformou, também mudaram as exigências do mercado de trabalho. Após a pandemia e os conflitos geopolíticos muitas transformações foram aceleradas e agora os CEOs precisam de novas habilidades para se consolidarem à frente de grandes instituições.

O mundo como conhecemos está em constante processo de transformação. Culturas econômicas e profissionais passam por variáveis que impulsionam novas formas de tomada de decisão todos os dias. Aceleradas pela pandemia, potencializadas pelas questões geopolíticas e remodeladas pelas incertezas econômicas, as habilidades e as exigências do mercado sofreram um impacto expressivo. Nesse contexto transitório, CEOs precisam se adaptar às novas demandas do mercado e corresponder às necessidades por novos talentos e competências.
Determinar a direção estratégica da empresa e garantir que os objetivos sejam implementados por meio de etapas funcionais deixou de ser o centro de atuação e passou a ser uma base. O currículo mudou, aspectos técnicos e especificidades curriculares não são mais os elementos centrais na busca pelo CEO desejado. As soft skills já são necessidades primordiais para posições de liderança e prometem figurar novas resoluções para CEOs no mundo inteiro.
O desafio se tornou uma premissa básica em todas as áreas profissionais e sociais, transformando culturas institucionais e inaugurando novas eras no mercado de talentos. Os principais confrontos e inseguranças que moldam as novas habilidades para CEOs encontram-se em cinco mega tendências que impactam diretamente nos desfechos do cenário mundial: são elas, mudanças climáticas, a ruptura tecnológica, as mudanças demográficas, um mundo em conflitos geopolíticos e instabilidade social. São esses cenários que estão reestruturando o ambiente dos negócios e trazendo à tona a necessidade de novas performances para CEOs.
Embora nenhuma dessas forças seja novidade, uma vez que o mundo já passou por crises expressivas, guerras devastadoras e doenças pandêmicas, o impacto e a interdependência destas áreas está crescendo, com magnitude variada entre indústrias e geografias. A importância da geopolítica para as estratégias corporativas será cada vez mais decisiva nesta geração. Neste contexto, CEOs precisam abordar uma gestão mais sistemática, capaz de responder a um ambiente político em expressiva mudança.
Num cenário como esse, a técnica e a expertise profissional já não são suficientes para vencer os desafios no campo profissional. Habilidades como resiliência, coragem, ousadia, gerenciamento de emoções, pensamento analítico, pensamento crítico, tolerância ao estresse e flexibilidade são pilares que estruturam o novo perfil do CEO nesta geração. Agora, CEOs precisam ser uma resposta ativa e consciente às demandas sociais que contrastam e conflitam no cenário mundial.
O Relatório “Futuro dos Empregos” do World Economic Forum, mostram novas prioridades em ascensão significativa para o futuro das profissões. As soft skills, termo utilizado para o conjunto de habilidades humanas, dominarão um mundo cada vez mais digital, em cenários cada vez mais turbulentos. Uma nova era profissional está sendo construída no mundo todo. A C-Level abordou esse assunto no artigo “O Futuro das Profissões e o que isso tem a ver com seu currículo”, onde mostrou dados impressionantes sobre as transformações que devem impactar o mercado de trabalho nos próximos anos. Para ampliar seus horizontes nesse tema, leia também este artigo que irá complementar sua visão sobre as habilidades do futuro.

As soft skills figuram as novas exigências para CEOs

Revoluções tecnológicas, inovações que mudam ecossistemas não anulam a necessidade da humanização nos setores profissionais. Ao projetar uma visão sobre os próximos cinco anos, autogerenciamento, resiliência, tolerância ao estresse, pensamento crítico e capacidade de resolução de problemas estão no topo das prioridades segundo o Relatório “Futuro dos Empregos” do World Economic Forum, estudo responsável por mapear os empregos e as habilidades do futuro.
As soft skills são praticamente uma senha de acesso para um futuro profissional alinhado com o sucesso. Quando se trata de habilidades do futuro, o humano ganha destaque e ressalta, cada vez mais, habilidades que envolvem pessoas e resolução de problemas. Uma das razões pelas quais as soft skills são tão desejadas é que elas ajudam a facilitar as conexões humanas. As habilidades que separam os homens das máquinas são fundamentais para construir relacionamentos assertivos e estabelecer pontes entre posicionamentos relevantes, pessoas estratégicas, conquista de visibilidade e criação de oportunidades relevantes.

Domínio em inovações tecnológicas guiarão carreiras de CEOs para o sucesso!

É importante manter uma visão equilibrada e complementar entre os processos digitais e a humanização. As soft skills não subestimam o poder das inovações tecnológicas. Afinal, conhecimento em processos tecnológicos e sistemas inovadores será um diferencial na corrida pelo futuro. De acordo com a 26ª Pesquisa Anual Global de CEOs,  realizada pela PwC, pelo menos 40% dos CEOs acham que suas organizações não serão economicamente viáveis em uma década se mantiverem o rumo atual, e o fator que mais poderia gerar impacto positivo seriam as inovações tecnológicas. A pesquisa entrevistou 4.410 CEOs em 105 países e territórios entre outubro e novembro de 2022.

O World Economic Forum publicou no fim de 2020 o relatório “The Future of Jobs 2020”, que destaca a dificuldade, principalmente na área de tecnologia. O relatório mostra que cerca de 43% das empresas pesquisadas indicam que já decidiram reduzir sua força de trabalho devido à integração de tecnologia, além disso 41% planejam expandir seu uso de contratados para trabalho especializado. Caberá aos CEOs tomar decisões que explorem o potencial de crescimento destas novas performances tecnológicas, processo que pode ser dificultado pela escassez de habilidades.

Incorporações de ESG em estratégias corporativas

A ESG – Environmental, Social and Governance, é uma promissora tendência de resposta das empresas diante dos desafios mencionados no início do artigo, bem como as cinco mega tendências. Alinhados às demandas do presente e do futuro, CEOs podem incorporar o ESG em seu planejamento estratégico, prática que pode fortalecer a marca e construir confiança com as principais partes interessadas. Será uma forma de validar e posicionar que a empresa tem consciência sobre sua atuação e envolvimento enquanto agente social.

Resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade

A economia global, em oscilação devido às divergências geopolíticas, representa o maior desafio de curto prazo que os CEOs enfrentam. Questões geopolíticas desafiadoras como a maior guerra terrestre da Europa desde a Segunda Guerra Mundial geram efeitos colaterais que vão desde a instabilidade da paz mundial, até o aumento dos preços da energia e das commodities, impactando a aceleração da inflação geral de salários e preços. Junto com essas variáveis e incertezas, cresce a demanda por CEOs que possuem alta capacidade de análise e pró atividade em resolução de problemas.

Olhos atentos ao cliente e à experiência do consumidor

Todas as novas habilidades e os crescentes desafios são grandes passos em direção ao futuro. Porém, premissas básicas como estar perto dos clientes, sensível às suas necessidades, não mudarão. Os CEOs precisam manter proximidade, investir em novas tecnologias para promover boas experiências e fortalecer o relacionamento com seus consumidores em tempos turbulentos. Líderes que alcançarem a confiança de suas equipes e clientes irão triunfar em cenários cada vez mais atípicos.

Confiança, resiliência, sabedoria e expertise precedem carreiras brilhantes!

As notícias e acontecimentos ao redor do mundo apontam para um futuro altamente incerto para o cenário econômico e geopolítico global. O papel desafiador que CEOs desempenham será fundamental para guiar o futuro das organizações. O CEO do futuro deve estar comprometido com o propósito de fornecer direção estratégica para a organização. Resposta que será reflexo de soft skills alinhadas e estruturadas, caminhando juntas com uma carreira pautada em compromisso, conhecimento e experiência. A capacidade de promover confiança será um grande diferencial para as lideranças nesse tempo, equilibrando tecnologia, inovação, resiliência, senso crítico, adaptabilidade e rotas estratégicas que fortaleçam a instituição e as pessoas diante de crises e transformações globais.

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