Layoffs: A onda que assombra o mercado de trabalho global. 

Por: Fabiana Dorattioto

Muito se tem ouvido na mídia a respeito das demissões massificadas nas startups que receberam investimentos das VC´s (Venture Capital). Mas afinal, o que seriam os Layoffs? 

Os Layoffs são nada mais que o processo de demissão ou downsizing, ou seja, pode ser uma suspensão temporária ou rescisão permanente do emprego de um funcionário ou, mais comumente, de um grupo de funcionários por motivos comerciais, como gerenciamento de pessoal ou reestruturação da organização, que envolve redução de custos e ganho de eficiência e rentabilidade. 

Algumas das razões para esse movimento ter se tornado mais comum nos últimos meses são: Com o mercado financeiro sendo deteriorado pelas altas taxas de juros e inflação, as VC´s (Venture Capital) tem segurado seus investimentos; o mercado pode ainda ter superestimado a avaliação das empresas (Valuation) e, aliado a isso os Private Equity também tem avaliado com mais cuidado seus aportes financeiros. 

Acrescenta-se a esses fatores as medidas tomadas nos pós pandemia, instabilidade econômica, muito por conta da guerra na Ucrânia que exacerbou ainda mais a tendência de desaceleração nos investimentos e aumentou o foco na segurança do caixa das empresas.  

De acordo com o Wall Street Journal, cada vez mais profissionais vem anunciando a perda de emprego nas mídias sociais para se colocar na vitrine com os recrutadores. Páginas como o Layoff Brasil, vem compartilhando as empresas que entraram nesta onda e, com isso gerando listagens que rapidamente são compartilhadas em Grupos de WhatsApp, e-mail e outros canais, como alternativa inclusive de colocar estes profissionais em uma condição de visibilidade e retorno rápido ao mercado de trabalho. 

Vivemos outro ambiente, o custo do capital mudou e é onde as empresas precisam rever suas prioridades e elas terão que revisitar seus caixas e redefinir suas prioridades. No cenário atual, todos estão reduzindo custos e focando em entregar resultados operacionais aos investidores, e os maiores ofensores têm sido as altas taxas de juros e a inflação,  que fortalecem a perspectiva de uma recessão global. Desse modo, as Venture Capital vêm segurando seus investimentos e cobrando de suas investidas retorno financeiro e melhores resultados, uma vez que a promessa dos modelos de startup é retorno a curto prazo. E a alternativa tem sido investir em opções de baixo ou menor risco. 

Olhando para o impacto na vida das pessoas, de acordo com a plataforma Layoffs, pouco mais de 40 empresas adotaram a medida a fim de equilibrar seus caixas representando um total aproximado de quase 4 mil pessoas. Ainda que os layoffs estejam previstos e assegurados por lei (o que torna uma alternativa para que as empresas controlem seus caixas), grande parte da preocupação é como eles estão sendo conduzidos. Os desafios das empresas com as ondas de demissões é primeiramente estabelecer uma comunicação transparente com quem sai, mesmo porque reflete na segurança de quem fica. Sabemos que o ambiente de segurança e confiança é algo que vem sendo valorizado para o crescimento das organizações, mais do que nunca. 

O maior desafio das empresas hoje é como crescer de forma acelerada e orgânica, totalmente na contramão do movimento que as empresas da nova economia têm feito nos últimos anos, já que a velocidade e necessidade de contratações para cobertura de ineficiência operacional, gaps de tecnologia não dão espaço ao planejamento com relação as estruturas de cargos e salários, planos de incentivo a longo prazo tangíveis, profissionais qualificados com remuneração compatível e objetivos mais claros. 

Por fim, um plano de incentivos e uma política de remuneração e benefícios bem desenhados é a primeira premissa para um crescimento estruturado, com atenção para a construção de uma cultura de alta performance. Para que esse ecossistema se fortaleça, precisamos de lideranças preparadas para que as metas da organização possam ser atreladas com as metas e performance individuais e de grupo, desde que possam mensurar os impactos e resultados através de uma boa avaliação de desempenho, reforçando a meritocracia e ajustando sua máquina de contratação de acordo com o reflexo dos perfis de sucesso que compõe os resultados e clima da Organização. 

*Sobre a autora: Fabiana Dorattioto é CSO da C-LEVEL Group. Liderança de operações e desenvolvimento de novos negócios. Especialista em design e implementação de RPO.  LinkedIn Fabiana Dorattioto.

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