Novos modelos de trabalho no Pós Pandemia

Recentemente em um posicionamento polêmico, Elon Musk, CEO da Tesla, afirmou que todo o time da Tesla deverá retornar ao escritório e atuar no modelo presencial pelo menos 40 horas semanais. 

Embora alguns empresários mais conservadores e adeptos do modelo 100% presencial tenham se empolgado com o discurso, a verdade é que o posicionamento de Elon Musk parece na contramão do que apontam a maioria das pesquisas e estudos acerca dos novos modelos de trabalho e sobre impacto da flexibilização do trabalho no engajamento e performance dos times. 

Como sabemos, durante a pandemia, o trabalho presencial precisou ser colocado em segundo plano e as empresas tiveram que se adaptar à nova realidade desse período, adotando o home office ou modelo de trabalho 100% remoto sempre que possível. 

Agora, numa realidade que podemos chamar de Pós Pandemia, algumas dessas empresas reavaliam seus modelos e discutem como ou se haverá um retorno presencial.  Nesse movimento, a maioria delas tem optado por modelos mais flexíveis de trabalho. 

A pandemia nos ensinou que a maneira com a qual estávamos acostumados de todos os dias da semana estar presente na empresa, não funciona mais. Como Anna Tavis, professora e diretora acadêmica de gestão de capital humano da New York University menciona em entrevista dada para o portal Valor: “O trem já saiu da estação e ele não passará a voltar cinco dias por semana, forçá-lo a se locomover sobre o mesmo trilho de antes é perder talentos, algo que a onda de demissões voluntárias já reflete”. 

Além disso, pesquisas e estudos mais diversos corroboram com essa visão. Em recente pesquisa realizada pela WeWork América Latina, foi apontado que apenas 5% das pessoas pesquisadas responderam que voltariam a trabalhar presencialmente todos os dias. Outro dado recente do GPTW Brasil aponta que 66% das empresas que já definiram novas políticas de trabalho optaram pelo modelo híbrido. Além disso, ainda segundo o GPTW 96% das melhores empresas para se trabalhar no Brasil adotam modelos de trabalho flexível. 

Por mais que algumas empresas ainda estejam ajustando suas rotas e revendo seus modelos de trabalho, o modelo híbrido, então adotado pela maioria, parece unir os benefícios do virtual e do presencial.

Benefícios do modelo híbrido:

  1. Cria flexibilidade de trabalho, mas ao mesmo tempo mantém um ambiente para conexão entre pessoas do time, desvirtualizando as relações e ajudando times a se conectarem presencialmente. 
  2. Embora já esteja comprovado que home office tende a favorecer produtividade em algumas áreas, as atividades presenciais em time parecem facilitar a inovação e compartilhamento de ideias no desenvolvimento de projetos;  
  3. Modelo híbrido ou remoto ajuda a ampliar o pool de talentos, já que é possível contratar profissionais que não vivem em sua região, tendo acesso a talentos globais.
  4. Aumento do desempenho da equipe, fruto de um ambiente confortável, pelo qual optarem e elevando o humor dos colaboradores, pode acabar por torná-los mais produtivos.
  5. Redução do impacto ambiental, como a pegada de carbono pois dessa maneira o time não tem o deslocamento diário, diminuição do consumo de energia, reduz resíduos e materiais que seriam utilizados no escritório. 

Dessa maneira, é possível concluir que sim, o trabalho híbrido é a nova realidade e as empresas que adotaram esse modelo já estão colhendo os frutos. Colocando pessoas como prioridade e dando-lhes autonomia, oferecendo um ambiente de trabalho seguro, produtivo e claro, sustentável, aliado às melhores práticas do ESG. Empresas que adotam esse modelo e uma maior flexibilidade de trabalho definitivamente tendem a ser melhor vistas e ganham a preferência dos talentos ao escolherem sobre suas carreiras. 

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